2004/12/27
2004/12/21
2004/12/20
[acordar05]
Finalmente cedi e rapidamente voltou tudo de novo. O medo, o caminho sinuoso, a mão dela a empurrar, a queda, o bater dos braços, a deslocação do ar que me levava o cabelo, os gritos que não conseguia expelir e a visão de tudo passados alguns dias.
Petrificado, tal qual caíra, nada se passara e era isso o mais doloroso, estar sozinho.
[te i mo saCl au s u ra]
O vento por vezes tenta levar-me, mas sou sempre mais forte que ele.
Que me lembre nunca saí daqui, mas já pensei nisso.
Provavelmente não resistiria a outros ares, a outras virações.
É uma reclusão despreocupada a que levo.
Há vida em mim.
Creio que é só isto,
acredito mais ainda que quero por aqui ficar.
Tenho a certeza que é voluntária esta clausura,
e enfrento o mundo desarmado,
porque tenho fé nas minhas raizes.
Entendo o universo daqui de onde o vejo.
Temo, de qualquer forma, a brisa
que se transforma em tempestade, e a luada.
Mas há vida em mim.
Estou suficientemente agarrado ao sítio onde a semente cresceu.
É vontade. É saber.